sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O melhor futuro é o melhor presente

Esta reportagem do jornal Sol saiu em Setembro de 2014.
Consta de alguns depoimentos e muita estatística - para quem quiser ler!



Saiu a 26 de Setembro de 2014
Quadriplicam alunos que têm aulas em casa
Joana Ferreira da Costa
Joana.f.costa@sol.pt

Em Portugal, o número de crianças e jovens que estudam em casa disparou nos últimos quatro anos: são já  338 alunos, a maioria na região da Grande Lisboa. Muitos são filhos de professores.

Foi o ensino doméstico que impediu Gonçalo, que hoje aos 20 anos estuda no prestigiado King's College, em Londres, de desistir de estudar no 9.º ano, quando vivia no Porto. «Ele ganhou fobia ao meio escolar, mas foi um inferno até conseguir que passasse a ter aulas em casa porque a escola não aprovava essa opção, apesar de estar prevista na lei», conta ao SOL Cristina Marinho. Com os outros dois filhos, Lourenço, de 14 anos, e Dinis, de oito, o processo foi mais fácil e um e outro aprendem com professores em casa. Para o mais novo, Cristina até conseguiu que de manhã tivesse aulas no domicílio e à tarde fosse brincar no recreio de um colégio. Uma mudança que mostra a maior abertura e adesão de professores e pais a este modelo de ensino.
Nos últimos quatro anos, o número de alunos em ensino doméstico e individual disparou: no ano lectivo passado, havia 338 crianças e jovens inscritos nestas modalidades, enquanto em 2009/2010 eram apenas 82, segundo dados do Ministério da Educação e Ciência (MEC), a que o SOL teve acesso.
«Houve um boom na procura deste ensino», reconhece Sofia Gallis, do Movimento Educação Livre (MEL), criado há três anos para ajudar os pais a conhecerem os modelos alternativos.
Segundo a legislação em vigor, é possível ter aulas em casa, dadas pelos pais e professores (ensino doméstico) ou só por explicadores particulares (ensino individual). Obrigatório é que as crianças sejam matriculadas numa escola, onde têm, depois, de realizar provas escritas no final de ciclo.
Sofia Gallis acredita que no futuro mais famílias portuguesas irão optar por esta via, por permitir currículos mais flexíveis e métodos menos rígidos e massificados. «Tenho cada vez mais pais a contactar-nos para dizer que quando os filhos tiverem idade querem iniciar os estudos em casa», diz Sofia, referindo-se ao facto de a matrícula para o ensino doméstico só poder ser feita a partir do 1.º ano, por ser este o início da escolaridade obrigatória.

'Aprender ao seu ritmo'
Foi o que aconteceu com Ana, professora do ensino básico, que este ano, depois do filho concluir o pré-escolar num estabelecimento público no Algarve, decidiu mudá-lo para as aulas domésticas. «Durante o pré-escolar ele entrou em ansiedade, acordava de noite e tinha muitas angústias», conta ao SOL a professora, que agora, ensina o filho de seis anos sem horários rígidos nem um programa curricular definido: «Ele aprende ao seu ritmo, de acordo com aquilo que mais o estimula. Já sabe ler muitas palavras, mas ainda não quer escrever com caneta, só no computador».
Muitos dos frequentam este sistema de aulas no domicílio são filhos de professores e de outros licenciados. «A maioria dos pais tem formação superior», diz ao SOL Álvaro Ribeiro, que está a concluir uma tese de doutoramento sobre o tema, tendo inquirido mais de 100 famílias. «São pessoas com um projecto educativo bem definido para os filhos e que acreditam que é melhor conseguido em casa», adianta o professor da Universidade do Minho.
 A falta de sociabilização é, no entanto, uma das maiores críticas a esta modalidade de ensino, porque os alunos são privados de um contacto diário com crianças da mesma idade. Mas para o MEL, os questionários feitos a 40 famílias do movimento mostram precisamente o contrário.
«Há a preocupação de combater o isolamento e muitas famílias organizam-se para fazerem passeios ou visitas de estudo», nota Sofia Gallis, acrescentando que, nas respostas ao inquérito, os pais salientam que as crianças têm um maior convívio com pessoas de várias gerações. Além disso, alegam os pais, o facto de estudarem em casa não os impede de brincar com outros miúdos, havendo casos como o da professora na Universidade do Porto, Cristina Marinho, que conseguiu que o filho Dinis frequentasse o recreio de um colégio.

Portugal atrai famílias espanholas e alemãs
Portugal é um dos países europeus onde o ensino doméstico (com regras definidas em lei desde 1977) é mais liberal - a par do Reino Unido, Dinamarca, Rússia e Finlândia, por exemplo.
Por isso, é um dos destinos escolhidos por agregados familiares da Alemanha ou de Espanha, onde este tipo de modalidade tem mais restrições. «Temos recebido pedidos de informação de espanhóis, que querem saber as condições de ensino em Portugal e admitem mudar-se para cá», garante Sofia Gallis.
Além disso, segundo o SOL apurou, há famílias de alemães a viver no interior de Portugal, que colocaram os filhos neste tipo de ensino.
De acordo com os dados do MEC, a grande maioria dos 338 estudantes que no ano lectivo de 2013/2014 aprenderam à margem das escolas tiveram pelo menos uma disciplina dada por um familiar. Em todo o país, só 33 alunos frequentaram o ensino individual em que todas as matéria são leccionadas por professores contratados para o efeito.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo havia 28 estudantes nesta situação e outros 149 aprenderam com a ajuda da família. Já no Algarve e Alentejo apenas se verificaram inscrições para o ensino doméstico - 34, no primeiro e 10 no segundo. Esta modalidade cativou ainda 112 crianças e jovens do Centro e Norte do país, onde apenas cinco se matricularam na modalidade em que o currículo é dado por explicadores privados.
«Sinto-me mais bem preparado e com mais interesse no estudo», diz ao SOL Lourenço, de 14 anos, que desde o 5.º ano estuda em casa com a mãe e vários professores. Tem nove disciplinas e tanto pode ter uma aula num café emblemático no Porto como num centro comercial, o que o ajudou a melhorar as notas. «Subi de quatro para cinco a Inglês, a Matemática e até a Educação Visual», conta, garantindo não sentir falta dos recreios por conviver com jovens da sua idade nas aulas de artes marciais que frequenta.

Apesar de o MEC não divulgar as classificações escolares destes alunos, a investigação de Álvaro Ribeiro promete ajudar a perceber se este tipo de ensino é eficaz: «Segundo a informação que tenho, na Língua Portuguesa e na Matemática as classificações destes estudantes estão acima da média nacional», revela o investigador e professor da Universidade do Minho.

Fim



Na minha opinião nota-se a vontade e determinação dos encarregados de educação que não baixam os braços perante o desespero dos filhos com resultados positivos nas aprendizagens - Parabéns!!


Sejam LIVRES


e felizes...


...são os meus votos para o novo ano escolar.


São estes os dois portais que sinalizam sucesso escolar. Se o vosso filho parece angustiado, fechando-se compulsivamente sobre si mesmo, se não dá ouvidos a ninguém  - atenção alguma coisa se poderá estar a passar que necessite um bocadinho da sua atenção - uma conversa franca para começar. 
E lembre-se que sabe bem recompensar o esforço que as crianças/jovens fazem da melhor forma possível...um gesto um carinho, uma atenção especial sem dúvida que serão bem vindos. Mantenham-se atentos a sinais indesejados - e procurem auxilio se necessário.
Entretanto e apesar da foto que partilhei, tenho descansado pouco. Espero que aproveitem os dias que faltam para se inspirarem e que tudo corra bem até ao final do ano escolar em 2016.










quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Trocar a vaca por feijões :)



Carissimos/mas


Ando para escrever algumas linhas sobre os objectivos deste blog, faltam-me energias tem sido um ano muito forte em emoções e algumas perdas que me desiquilibraram.
Por muito que eu queira mudar a realidade de todas as crianças, prefiro trabalhar em projectos cujas vertentes pedagógicas eu conheça e aprovadas por todos os que neles participam, que nos toque.
Escrever é fácil, o desempenho é o que fala mais alto, têm que concordar.
Eu sou apenas uma alma em transformação e com algum tempo livre :) prometo que me vou dedicar.
Gostava de realizar um inquérito nas escolas públicas sobre a qualidade do acto educativo e de começar a congregar colegas para o ensino alternativo que poderá até ser dentro de uma sala de ensino normal.
Força, vou tentar ser o mais objectiva possível e passar por cima dos obstáculos que possam surgir.
Grata pelo vosso Tempo.

Nina


http://www.resultsthroughintegrity.com/.a/6a00d83451770569e201bb08185b08970d-800wi

Peace Pilgrim: Interview - WSRE-TV (1977)





Mais uma jóia na preservação da PAZ, que querida esta Srª :)

Determinação
Optimismo
Entrega


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Por dentro do meu coração...(publicado com 1 semana de atraso)

Caros colegas e amigas

Há cerca de uma semana dei comigo a pronunciar de forma bastante emocional as perspectivas adquiridas pelos meandros da educação alternativa.
Dei por mim a exteriorizar uma grande mágoa, mal dirigida e constrangedora e nesse sentido decidi partilhar "para limpar" e para que tal não volte a acontecer.
Não se esqueçam (e é em vocês que penso) que o ensino alternativo é um compromisso e uma aventura. É dificil encontrar tutores perfeitos - os pais sabem bem o que querem para os seus filhos e nesse sentido os melhores tutores são os próprios pais. Alguém próximo, tal como um familiar ou amigo também pode ser bom. Normalmente há uma certa desconfiança na contratação de um tutor, por óptima que seja a pessoa devido ao envolvimento emocional da criança, tal como no ensino público. Lembrem-se que a forma como o conteúdo é apresentado às crianças decide em muito o sucesso do acto educativo.

Devo também acrescentar que o ensino público é uma mais valia para muitas familias em todo o mundo: que sonham que os seus filhos vão mais longe do que os próprios pais (falo de conhecimentos curriculares pertinentes e actualizados) muitas vezes as escolas públicas são tudo o que os pais conseguem alcançar para os seus filhos...

Criticar é bom, algo de novo nasce...mas a crítica também tem o outro lado - a destruição

E eu nesta idade e com a minha experiência  pretendo que vocês cresçam, tal como eu, sem ser preciso acumular mágoas - o ensino público não deve ser bode expiatório...há muitas pessoas a darem o seu melhor, que por vezes apenas precisam de uma palavrinha de conforto. Todas sabemos que é muito exigente o ambiente e as condições em que se trabalha no ensino público.

Mostrem também quem são...

Aos pais: pensem que sempre que quiserem contratar um educador vão encontrar um fruto de uma utopia, certo, mas acima de tudo um ser humano. Dêem espaço para se conhecerem...

Aos tutores: frequentem associações e tertulias, circulos de ensino, o que houver, para estarem em contacto com outros profissionais.  Os congressos do M.E.M e a Mel são optimos exemplos de uma aprendizagem alternativa para os pais e professores.